Soam batidas em couro crú
por todo canto desta Terra.
Hoje é dia da força, dia da espada.
Em cada esquina um novo toque
em cada toque homenagem.
A paz veste vermelho e prata
nos ombros do velho preto.
Hoje é o dia da guerra
azul e branca
do soldado sem farda.
Piatã S. Marques
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Averso
Chego ao fim de mais um dia
na certeza da solidão daquela
que me foi mãe nas horas cinzas.
Choro como nunca me fiz chorar,
sinto dor por dentro, na pele,
na carne,como se cada partícula d´eu
estivesse se fragmentando,milhões,
trilhões de lágrimas evaporadas.
A sós vou ficar, vagando,
já meio sem porque,
pelas vielas de minha ilha.
Morrendo a cada dia contigo
poesia minha que se foi.
Piatã S. Marques
na certeza da solidão daquela
que me foi mãe nas horas cinzas.
Choro como nunca me fiz chorar,
sinto dor por dentro, na pele,
na carne,como se cada partícula d´eu
estivesse se fragmentando,milhões,
trilhões de lágrimas evaporadas.
A sós vou ficar, vagando,
já meio sem porque,
pelas vielas de minha ilha.
Morrendo a cada dia contigo
poesia minha que se foi.
Piatã S. Marques
Dona d’água
Novamente escorre
entre meus dedos
os cabelos de bela d’água.
Novo início se faz tenro
e nado mergulhado
no doce de teus fios azuis
e anéis dourados,
esperando que me faças
parte líquida do todo.
Piatã S. Marques
entre meus dedos
os cabelos de bela d’água.
Novo início se faz tenro
e nado mergulhado
no doce de teus fios azuis
e anéis dourados,
esperando que me faças
parte líquida do todo.
Piatã S. Marques
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Semi-nova vida inteira
Sei que quiseste comprar,
mas meus sonhos não hei de vender.
Toda a gana, toda a grana que tu tens
em me tirar.
Os sonhos
Os olhos
O dia
Sentiria, se não fosse carniça
sob urubuzação
que,mesmo fedendo, te atrai.
Piatã S. Marques
mas meus sonhos não hei de vender.
Toda a gana, toda a grana que tu tens
em me tirar.
Os sonhos
Os olhos
O dia
Sentiria, se não fosse carniça
sob urubuzação
que,mesmo fedendo, te atrai.
Piatã S. Marques
Gota em Mar
Eis que vem a tona
sob os cabelos do velho cego,
poetisadas em motéis de becos:
“É preciso a ironia, é preciso a frustação”.
Nelas me esbaldo
maquinando letras,
realidades únicas
para quem ainda não viveu,
daqueles que se escondem.
Ilusões em homeopatia
me fazem bem.
Piatã S. Marques
sob os cabelos do velho cego,
poetisadas em motéis de becos:
“É preciso a ironia, é preciso a frustação”.
Nelas me esbaldo
maquinando letras,
realidades únicas
para quem ainda não viveu,
daqueles que se escondem.
Ilusões em homeopatia
me fazem bem.
Piatã S. Marques
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Domingo
O dia passou assim
Com olhos que nada viram
e cheiro de fim de feira
foi-se com o silêncio da casa vazia
e o estalar da louça vizinha.
Tempo perdido,
na tarde que não se foi.
Piatã S. Marques
Com olhos que nada viram
e cheiro de fim de feira
foi-se com o silêncio da casa vazia
e o estalar da louça vizinha.
Tempo perdido,
na tarde que não se foi.
Piatã S. Marques
Lixo revirado
Parido do esgoto húmido e quente
das galerias da grande maçã,
assim, bicho coisa.
Desagradável odor de enxofre
regado a verminoses e perebas,
que da rua faz casa e marquises, cobertura.
Pessoas, carros, multidão e ...
Bichos coisa, rastejando pela fome
da lavagem que lhes foi negada,
alheios a ração da reza narcizista.
“Dizem que os porcos comem carne humana
quando estão famintos”
Piatã S. Marques
das galerias da grande maçã,
assim, bicho coisa.
Desagradável odor de enxofre
regado a verminoses e perebas,
que da rua faz casa e marquises, cobertura.
Pessoas, carros, multidão e ...
Bichos coisa, rastejando pela fome
da lavagem que lhes foi negada,
alheios a ração da reza narcizista.
“Dizem que os porcos comem carne humana
quando estão famintos”
Piatã S. Marques
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